Fiquei feliz por escrever... todos que leram gostaram e pediram pra eu terminar a história e não deixar pela metade (como normalmente faço com minhas coisas). Mas to gostando muito de escrever, viajo nas noites pelo meu caderno.... Bom aqui vai a parte 2 da história, o proximo post é final.
Capítulo/Post 2 - Descobertas
Já se passaram três dias.
A empregada não deve ter acreditado quando disse que estava bem, porque desde aquele dia não me deixa sair de casa, não deixa eu atender telefonemas, nem vem quem está chamando quando a campainha toca.
Na verdade estou achando essa história muito sinistra, parece que ela quer me prender aqui... Já sei o que fazer para tentar me comunicar com o mundo.
"Internet"
O que achei mais incrível é que nesses dias, já estou conhecendo essa mansão como a palma da minha nova mão (rimou). E não me lembro de ter visto um computador, celular, janelas... Nada.
Acho que ja perdi a vergonha de mexer em coisas que não são minhas, decidi que é a hora de agir.
Comecei a revirar o quarto do Will, nunca fiz isso antes, mas era realmente necessário. Olhei para a a porta, e alí estava a empregada, não como da primeira vez (toda prestativa e boazinha), mas como um animal que espera um momento de fraqueza para atacar.
Me incomodei com o jeito que ela me encarou e falei.
- Que foi? Nunca viu?
Então fechei e tranquei a porta.
Revirando a ultima gaveta do lado direito do closet, descobri um fundo falso e dentro dele havia um pedaço de papel com um nome.
"João Marcos"
- Meu nome?!
Realmente preciso sair dessa casa. Tenho que descobrir o que está acontecendo, e o que aconteceu com o "Eu" no Brasil.
Peguei as roupas mais chiques, na verdade as únicas que não estavam amassadas no montinho que havia feito. Me vesti e abri a porta.
Sim, a empregada continuava lá. Só que ela não estava sozinha, haviam mais 4 pessoas. Eles olhavam pra mim com uma cara de espanto, não sei explicar direito. Pelas roupas que vestiam, deduzi que dois eram seguranças, um era jardineiro e o outro motorista. - Pronto vão me prender aqui.
Os cinco vieram em minha direção e eu recuei, dei dois passos para trás e tropecei na coberta que eu havia jogado no chão durante minha busca.
Caído no chão, coloquei os braços a frente do corpo, fiquei em posição de defesa, se recebesse algum ataque teria como revidar.
De repente a empregada tomou a frente. Com um tom de ordem, disse:
- Vocês já sabem onde levá-lo.
Os seguranças me deram as mãos e consegui levantar. Agora eles pareciam me escoltar ao invez de querer me matar. O motorista me mostrava o caminho até a porta de saída no hall da mansão, e os outros atrás.
Mudança de posições, o motorista e o jardineiro vieram para meu lado. Os seguranças foram para frente e a empregada para frente dos seguranças, ficou um triângulo perfeito. Parecia que estavam tentando me proteger de algo lá fora.
A empregada abriu a porta e não consegui enxergar direito, mas ouvi muitas vozes e sons de maquinas fotográficas.
O jardineiro percebeu que estava incomodado com o sol nos meus olhos, e me deu um óculos de sol. Ao colocá-lo tive uma noção de qual era a situação atual.
Vi a empregada fazendo um sinal para o motorista, que imediatamente saiu correndo para a esquerda.
Era um jardim enorme, com portões gigantes e grades rodeando a mansão inteira. Na frente dos portões estava uma multidão. Todos com cara de espanto, parecia que estavam vendo um fantasma.
Me assustei com isso, mas fingi que nada havia acontecido e acenei para essas pessoas. Juro que vi alguem desmaiar.
Um carro preto surgiu e parou na minha frente, um dos seguranças entrou no carro e o outro abriu a porta para eu entrar. A empregada foi até os portões, e falou alguma coisa para as pessoas abrirem um caminho.
O carro saiu voando pelo jardim, portão, ruas...
Percebi que não falei uma palavra desde a minha queda no quarto, então resolvi falar.
- Para onde estão me levando?
Nenhuma resposta. Decidi ir ao ponto.
- Vocês vão me matar?
O motorista começou a rir, e os seguranças o acompanharam.
Agora que eu não entendo mais nada, me prenderam, soltaram, pareciam querer me matar, e agora estão rindo?
Um celular tocou. O segurança o pegou no porta luvas e o atendeu.
Falou baixo com a pessoa e se virou para mim, deu um sorriso e olhou para o segurança ao meu lado e disse:
- Pode falar...
Pensei... Será essa a hora da verdade?
O segurança ao meu lado respirou fundo e começou.
- Sabemos que você não é o Sr. William. Sinto muito por você estar envolvido nisso. Sr. Will não deveria estar vivo, não sabemos o que ele fez, mas com certeza foi algo errado.
Sem querer atravessei as palavras dele com um... - Ahn?
Ele fez uma cara de que não gostou. Bufou e continuou...
- Também não sabemos se você tem parte nisso. Não sabemos nem quem é você, de onde veio e por que fingiu ser ele nesses dias. De onde você é?
- Sou de São Paulo, Brasil. Por que?
Ninguem respondeu. Por alguns segundos só se ouvia o barulho que o carro estava fazendo, e então o segurança continuou.
- João Marcos de São Paulo... hum... Ah, antes que comece a surtar, sei seu nome porque Alice o achou anotada em um papel.
- Alice, esse é o nome da empregada?
- Sim. Ela acha que você não está envolvido nisso, então pediu pra te revelar a verdade. Alice não é só uma empregada, é uma agente da polícia alemã. Como eu ja disse, Willian não era para estar vivo, quando percebemos que estava vivo, nos disfarçamos e fingimos qualquer história. Quando caiu nessa história, descobrimos que você não é ele... Então...
O motorista o interrompeu.
- Chegamos.
- Onde? - Perguntei.
- No aeroporto. Estamos indo para o Brasil.
Fim do capítulo 2.
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